segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Uma história sem final feliz, como muitas outras

Aconteceu assim...

Foi no início que entreguei minha alma e meu coração
No primeiro beijo, um feitiço.
Um esbarrão do acaso fez algazarra na minha vida.
Como um acidente de trânsito, bagunçou a ordem do meu caos.

Nos encontramos no lugar mais improvável
Da forma mais improvável.
Sim eu já havia a visto, uma semana antes
E ao revê-la não apostaria
que voltaria a sentir o que havia esquecido em alguma gaveta do tempo

E sem eu pedir nada
ela me disse que estava comigo.
Que era eu e ela.
Mais ninguém.
Isso ainda reverbera dentro de mim,
me assombra, me acusa, me reduz

E sem esperar muito fui me dando
E recebendo muito mais.
Aos poucos fui descobrindo
Quanta beleza ela tinha dentro de si
Que mesmo jovem, descobrindo a vida
Já vivenciara muitas coisas
e me escolhera para descobrir as outras porvir
Ah! Um presente sem dúvida.

Essa vitalidade me mostrou que era importante seguir,
Recuperar, reparar e se preparar para ir adiante
Foi esse amor que me dizia que o tempo não tinha se perdido,
Eele só tinha parado

Meus poros se combinavam com os dela numa estranha geometria mágica
Nossos suores e gozos tinham a unidade alquimista
Passavamos horas e dias dentro de nossa fusão de corpos
Trocando energia, idéias e sentimentos
E nessa tempestade de desejo e exaustão
Nossa vida acontecia

Com um novo rumo para os dois,
sim para os dois
Afinal penso que a modifiquei de alguma forma também
Posso falar com serenidade
Tivemos vitórias
Sozinhos e juntos
Mas à sombra, espreitava o mal.
O mal que habita em nós
Nossas fraquezas que nos apequenam
Bastou elas se apresentarem
Para de alguma forma mudarmos

Todas as coisas que vivemos
Coisas até demais, que não estavam resolvidas
Que não foram deglutidas de laços antigos
Que não foram discutidas agora
E confrontamos nossos demônios
Mas nem sempre saíamos vencedores
As vezes feridos

Chagas que não cicatrizaram como o fígado lacerado
que tem que ao mesmo tempo se regenerar
e combater todas as ameaças ao organismo
Vida que segue, mas o corpo padece.

Surgiram os atritos, as discordâncias
O que nos fez doarmos um ao outro no início
Nossa individualidade depois nos cobrou
Reclamações sem porquês
Insatisfação, mesmo com a doação plena
Para ela sempre havia algo errado,
Havia a pressa

Mas tudo isso foi deixado de lado
Os momentos que estávamos juntos,
nos fazia esquecer de tudo
Com avidez seguíamos nos consumindo um ao outro
Com tesão, paixão, naquele momento no agora.
O futuro viria depois

No meu medo
Tinha que viver o presente
Para que arriscar?
Planejar algo que não sabia se existiria para nós
Ainda tinha coisas minhas a resolver,
Recuperar
Estar pronto para ela

Enquanto isso
O ciúme fazia gracejos e galanteios em seus ouvidos
E como canto da sereia, fazia-se encantar.
Em mim o distanciamento e o medo do compromisso, me fizeram estéril a nós.
De uma hora para a outra, os impulsos mudaram e com isso nosso ritmo e rumo
Me acorvadei
E quis partir

Fiquei só
E só me vi dela
Vi que sem ela não era possível
Me fiz forte e fragilmente pedi perdão
Obtive mais que isso,
Ganhei tudo
Retomamos o caminho
De certo ele teria obstáculos
E eles apareceram

Só quando nos entrelaçávamos
selvagemente na cama,
o calor e brilho do nosso amor,
matavam as sombras e éramos mais uma vez nós mesmos
Mas o ciúme se apresentou de diversas formas
Em tudo que me cercava
Em todos os lados
Me refugiei no meu medo
E ela na fúria

E chegamos ao fim
Numa forma inimaginável
E agora a fúria está em mim também
E preciso dela
Pois como Pedro negou a Jesus,
Nego meu amor, nosso amor
Tenho que de alguma forma matar ela dentro de mim
Com o passar me engano e me recupero
lambo minhas feridas.
Elas estão abertas,
foram profundas.
Fui ferido no espírito
Mas sei que feri também

Não existem inocentes
Não existe final feliz
Existe só o final
Não penso como será de agora em diante
Só penso em ir
Anestesiado
Sigo
Vago
Vazio

Nenhum comentário: