sexta-feira, 5 de setembro de 2008

AFASTAMENTOS

Sempre tive certezas.
Todos nós as temos.
É verdade que algumas caem por terra e outras ganham vida própria, são sólidas.
Outras as contruo e desconstruo como bloco de encaixe, são tensionadas e comprimidas pelas oscilações da vida.

Uma dessas certezas que eu tenho é sobre o afastamento.
Me impressiona a capacidade que temos de nos afastar de pessoas e lugares, mesmo que isso não seja a melhor opção.

Temos também o maldito dom de afastar pessoas que amamos ou queremos bem, de uma forma estúpida, covarde, cruel. E o fazemos conscientemente. Não tem essa coisa de turvação pela raiva ou calor da discussão.

Sabemos o que dizemos e agimos para tingir o próximo do que nossas, temos a noção do do que nossas farpas são capazes e é para isso que o fazemos, machucar. Mas o que nos move a isso é o que me atrai.

Será a simples descarga de fúria que nos satisfaz? Ou seria a nossa índole animal aflorando, reagindo inconscientemente a constatação de que tudo o mais falhou e como um leão acuado, reagimos, revidamos. Acredito mais na segunda opção, mas ainda assim não tenho certezae esse mistério me fascina. Nã o ato , a flexa verbal que machuca, mas investigar o porque.

Curioso que mesmo o agressor sabendo que atinge contundentemente o oponente (sim, aqui é como se tivesse que haver um inimigo) pede desculpas, explica, tem sempre uma razão, nunca é ele, é mais forte, o domina. É quase uma entidade. Mas se na maioria das vezes é assim, é com essa "personalidade oculta" que eu quero falar, mesmo que para isso eu precise me dirigir a um espelho. Sou humano, não sou diferente confesso.

- Ei você! É você! Você que se alimenta do medo, da vergonha e da oportunidade afaste-se de mim, daqueles que me rodeiram e convivem comigo, como uma nuvem pesada saia de perto e deixe todos poderem expressar suas dúvidas, sem violência, sem agressão, sem medo, porque nós Homens e Mulheres é que domamos as palavras e não o contrário.

Mas será que se for tudo sereno, não será muito calmo, pacato? Isso é assunto par uma outra conversa.

Até lá

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

?

Um beija-flor invadiu meu silêncio,
E nesse reino tão calmo,
Agitando suas asas
fez-se presente como uma trovoada

Mas saiu em silêncio da minha casa,
Mas não da minha vida
Não sei o que quero e o que sinto.
Como "O Quereres" de Caetano e as palavras de tantos outros,
me vejo confuso.

Talvez nem devesse escrever essas palavras
ou até mesmo deveria, mas não torná-las públicas.
Ficarei sereno em minha batalha interna
E mesmo sabendo que o colibri poderá não voltar
Darei rumo ao meu amor.

Talvez negar tudo em que acreditamos possa ser uma outra forma de enxergarmos
Nem melhor a realidade, mas voltarmos a ver algo
Distante de tudo, distante de todos

Mas se em meu jardim ainda infecundo, faltar passáros e cantos
De certo não poderia viver alegre um beija flor
Pois ao querer beber em minhas fontes e cores
Só encontraria deserto e dor

Trabalharei dedicado e com amor
A tratar dessa terra
Com amor e perseverança
para um dia acolher ao colibri
ou sua doce lembrança