domingo, 27 de setembro de 2009

Assim

Se em tua boca
Sou presa
Sem pressa
Quero escarpar de teus lábios

Sua boca me traga
Como fumaça
Pra dentro de ti
E faço festa
Da sorte que sou

Sem ter-me a mim mesmo
Sem todo meu orgulho
Sem tanta pompa
Sou simplesmente teu

E a vida que coloca
Espinhos na rosa
Me ensina com tua ajuda
a usar os espinhos
como apoios
para escalar e subir

Te amo
Te quero
Te preciso
Minha vida

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Chega de Saudade

Vai, minha tristeza, e diz a ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe, numa prece, que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade, a realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai

Mas, se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim

Vinícius de Moraes

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Sal

O sal do seu suor
Ainda queimava em minha boca
e teus pelos eriçados
Acarinhavam minha pele

Em meu peito arfante, repleto do teu sopro
Recostada, ali estava você
Em rósea cor, ornada pelo ouro dos cabelos

Seus olhos fechados, me convidavam a uma viagem
A um lugar, que seu sorriso indicava ser nosso
Nossas mãos unidas
Num aperto suave mas indivisível
Nossas pernas entrelaçadas,
num nó que só nós sabemos desatar

O ressonar tranquilo em meu colo
embalada em mim
tudo o que eu sempre busquei

Amor, amor, amor
Encarnado em gente
Em forma de ti

De alguma forma entendi
onde e como deus se faz presente
E o sal da minha lágrima
Se juntou ao seu nos meus lábios

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A Meta

"Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?"

Fernando Pessoa

Ainda é Cedo

Uma menina me ensinou
Quase tudo que eu sei
Era quase escravidão
Mas ela me tratava como um rei
Ela fazia muitos planos
Eu só queria estar ali
Sempre ao lado dela
Eu não tinha aonde ir
Mas, egoísta que eu sou,
Me esqueci de ajudar
A ela como ela me ajudou
E não quis me separar
Ela também estava perdida
E por isso se agarrava a mim também
E eu me agarrava a ela
Porque eu não tinha mais ninguém
E eu dizia: - Ainda é cedocedo, cedo, cedo, cedo.

Sei que ela terminou
O que eu não comecei
E o que ela descobriu
Eu aprendi também, eu sei
Ela falou: - Você tem medo.
Aí eu disse: - Quem tem medo é você.
Falamos o que não devia
Nunca ser dito por ninguém
Ela me disse: - Eu não sei mais o que eu sinto por você.
Vamos dar um tempo, um dia a gente se vê.

E eu dizia: - Ainda é cedo, cedo, cedo, cedo, cedo.

Legião Urbana (Ico-Ouro Preto / Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá)

All Star

Estranho seria se eu não me apaixonasse por você
O sal viria doce para os novos lábios
Colombo procurou as índias mas a terra avistou em você
O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário

Estranho é gostar tanto do seu all star azul
Estranho é pensar que o bairro das laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem ficou pra hoje

Estranho mas já me sinto como um velho amigo seu
Seu all star azul combina com o meu preto de cano alto
Se o homem já pisou na lua, como eu ainda não tenho seu endereço
O tom que eu canto as minhas músicas para a tua voz parece exato

Estranho é gostar tanto do seu all star azul
Estranho é pensar que o bairro das laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem ficou pra laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem, ficou pra hoje

Nando Reis

O Futuro

- Nos vemos no futuro. Ela me disse.
E agora o que faria eu?
De certo não esperava por ela, num toque da campanhia, no celular ou a beira-mar.
Mas dentro de mim sabia que a encontraria.
Que estaria lá.

Agora siguirei adiante
As mudanças anunciadas,
devem ser inauguradas.
Tê-la por perto, sossega-me a alma
Mas acelera-se o coração

Ao consultar o tempo
O vento me contou:
- Não tenhas pressa,
Não porque ela seja inimiga da perfeição,
mas porque a perfeição a que sentes falta,
te afagará a face e cuidará de ti para sempre,
sem pressa

Vou ser paciente, sem ser desistente
Presente, sem ser constante
Atento a tudo que pensas
Porque para mim
Penso que es tudo

Futuros Amantes

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar

E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você

Chico Buarque

Pra ser sincero

Eu era tão feliz
E não sabia, amor
Fiz tudo que eu quis
Confesso a minha dor...

E era tão real
Que eu só fazia fantasia
E não fazia mal...

E agora é tanto amor
Me abrace como foi
Te adoro e você vem comigo
Aonde quer que eu vôe...

E o que passou, calou
E o que virá, que dirá
E só ao seu lado
Seu telhado
Me faz feliz de novo...

O tempo vai passar
E tudo vai entrar
No jeito certo
De nós dois...

As coisas são assim
E se será, que será
Pra ser sincero
Meu remédio é
Te amar, te amar...

Não pense, por favor
Que eu não sei dizer
Que é amor tudo
O que eu sinto
Longe de você...

uhmm...

E agora é tanto amor
Me abrace como foi
Te adoro e você vem comigo
Aonde quer que eu vôe...

E o que passou, calou
E o que virá, que dirá
E só ao seu lado
Seu telhado
Me faz feliz de novo...

O tempo vai passar
E tudo vai entrar
No jeito certo
De nós dois...

As coisas são assim
E se será, que será
Pra ser sincero
Meu remédio é
Te amar, te amar...

Não pense, por favor
Que eu não sei dizer
Que é amor tudo
O que eu sinto
Longe de você...

Marisa Monte

Vencido

Me despi de todo o meu orgulho
Não consigo mais
Sem você na minha vida, perdi o rumo

Sigo vagando
Te perdôo mesmo que não tenha nada a ser perdoado
Que todos saibam que
A razão não vale nada

Que seja pelo coração
Por toda a vida
Me receba em teus braços
Embale meus sonhos com teus beijos

Te amo
Mais que tudo,
mais que o amor que será um dia amado
Te quero, te preciso

Seja minha para sempre
Por todas as vidas que terei que viver
Me ensine a ser melhor
Me ame

Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora.

Vinícius de Moraes

Soneto do amor maior

Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer – e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo

Vinícius de Moraes

domingo, 20 de setembro de 2009

O cárcere do amor

Tenho uma pena a cumprir
Meu coração foi aprisionado pelo amor
Antes foi refém da paixão
Mas o crime cometido foi não me render

Agora isolado
Como uma solitária de saudade
Ele anda sozinho pelo pátio

Sortudo
Ganhou uma condicional
Vai poder rever sua paixão
Com moderação, sem contatos extremos
E se tiver bom comportamento
Talvez até possa cumprir a pena em liberdade

Essa ressocialização
Obriga a pratica da generosidade, afeto
companheirismo e humildade

Só os novos ares, já o fazem bater
Num ritmo diferente
Leve
Feliz

Fernando Pessoa em evidência

"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?"

"Quando te vi amei-te já muito antes, tornei a encontrar-te quando te achei."

"Dói viver, nada sou que valha ser. Tardo-me porque penso e tudo rui. Tento saber, porque tentar é ser. Longe de isto ser tudo, tudo flui."

"Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se sentir saudades, mate-a."

"Não digas nada! Nem mesmo a verdade. Há tanta suavidade em nada se dizer e tudo se entender."

Não dá para viver sem você

Quando a noite cai
Eu sinto a falta dela aqui comigo
Pensamento voa
Onde está agora quem eu amo?
Fico imaginando
Fico esperando a sua volta
Tudo aqui é triste
Nada mais existe sem você
Sem você não dá pra viver

Não dá pra viver
Não dá pra esquecer
Aquela paixão
Que tomou conta do meu coração
Que fez minha vida
Virar um inferno
Foi aquele amor
Que até nos meus sonhos
Me faz delirar
De tanta tristeza
Eu fico a chorar
Sem o seu amor não dá pra ficar

Marisa Monte (Bruno/ Marrone)

Feitos um pro outro

Foi bom te ver de novo aqui
A gente tinha mesmo tanta razão pra seguir
Fora o som dessa guitarra
A voz sempre rouca
E o coração na mão

Surpresa certa te encontrar
A tua onda pega bem mesmo em qualquer lugar
Até na esquina do pecado
O que for da vida não nos deterá

Nós somos feitos um pro outro
Pode crer
Por isso é que eu estou aqui
E não há lógica que faça desandar
O que o acaso decidir

Tanta certeza no olhar
Tamanha pressa de chegar a nenhum lugar
Só pra ter a sensação
De que a vida passa assim como um tufão

Nós somos feitos um pro outro
Pode crer
Por isso é que eu estou aqui
E não há lógica que faça desandar
O que o acaso decidir

Lulu Santos

Tema de Amor

E conheço todo o jeito
Todo o vício sem te tocar
Choro indo, choro vindo
Conheço o fascínio, alto de altar.

Desconheço a certeza
Que re fez exagerar, e abrir meus poros
Cavar flores sem lhe ver
Chega pra envolver, envolver querer
Com as cores que lhe dei
Pega a tua cor, seja por amor.

Meu amor, meu amor
Meu amor, meu amor
Cavar flores sem lhe ver
Chega para envolver, envolver querer
Lavrador ou semideus
Queima de amor, seja como for
Tema de amor.

Carlinhos Brown e Marisa Monte

sábado, 19 de setembro de 2009

Parte, e tú verás

Parte, e tu verás
Como as coisas que eram, não são mais
E o amor dos que te esperam
Parece ter ficado para trás
E tudo o que te deram
Se desfaz.

Parte, e tu verás
Como se quedam mudos os que ficam
Como se petrificam
Os adeuses que ficaram a te acenar no cais
E como momentos que passaram apenas
Perecem tempos imemoriais.

Parte, e tu verás
Como o que era real, resta impreciso
Como é preciso ir por onde vais
Com razão, sem razão, como é preciso
Que andes por onde estás.

Parte, e tu verás
Como insensivelmente esquecerás
Como a matéria de que é feito o tempo
Se esgarça, se dilui, se liquefaz
E qualquer novo sentimento
Te compraz

Repara como um novo sofrimento
Te dá paz
Repara como vem o esquecimento
E como o justificas
E como mentes insensivelmente
Porque és, porque estás

Ah, eterno limite do presente
Ah, corpo, cárcere, onde faz
0 amor que parte e sente
Saudade, e tenta, mas
Para viver, subitamente, mente
Que já não sabe mais
Vida, o presente; morte, o ausente –
Parte, e tu verás.

Vinícius de Moraes

Soneto do amor total

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinícius de Moraes

A queda

Tu te abaterás sobre mim querendo domar-me mas eu te resistirei
Porque a minha natureza é mais poderosa do que a tua.
Ao meu abraço procurarás condensar-te em força – eu te olharei apenas
Mansamente alisarei teu dorso frio e ao meu desejo hás de moldar-te
E ao sol te abrirás toda para as núpcias sagradas.
Hás de ser mulher para o homem
E em grandes brados espalharás amor ao céu azul e ao ouro das matas.
Eu ficarei de braços erguidos para os teus seios de pedra
E escorrerá como um arrepio pelo teu corpo líquido um beijo para os meus olhos
Na poeira de luz que se levantará como incenso em ondas
Descerás teus cabelos cheios para ungir-me os pés.
No instante as libélulas voarão paradas e o canto dos pássaros vibrará suspenso
E todas as árvores tomarão forma de corpos em aleluia.
Depois eu partirei como um animal de beleza, pelas montanhas
E teu pranto de saudade estará nos meus ouvidos em todas as caminhadas.

Vinícius de Moraes

Se tudo fosse fácil

Se já me deixaste
Não se dirijas a mim
Não me olhe
Não pense nem raiva, muito menos com amor
Desfaça até mesmo o desprezo

Pois se mantens, vibra em mim
Adote ante a mim o modo camuflado
Caminhe por entre todos
Mas me faça cego ao teu lado

Não zombes das minhas dúvidas
Minhas fraquezas
Minha inconstância
Só tu podes ter essa medida
Inglória, perante um eu em definitivo covarde

Antes fosse animalesco
E com um golpe só,
ceifasse de mim tuas marcas
Mas meu coração é brinquedo
Um ioiô nas mãos do destino
Que gargalha sobre a minha angústia

Só quero paz
Mas escrevo e preciso
Meu pranto em preto e branco
Não tem destinatário
Ele só quer errar pela vida

Vai... tua vida já está resolvida
A minha ainda não
vou ler, caminhar, ouvir, pensar
Para tentar achar-me

Aos meus amigos e amigas...

Não é novidade para todos que já não estou mais namorando
Os mais próximos já sabem, e agora todos que lêem
Os que não sabiam, lendo as postagens afirmaram
ou desconfiaram de alguma forma

E eis que em torno do tema
tenho recebido três perguntas recorrentes,
que tento de alguma forma deixar aqui meu registro
e aproveitar para arrrebanhar mais leitores além dos 26
e mais seguidores do blog além da única (Obrigado Aline)

A Primeira: Você tá bem? ou E aí tá tudo bem contigo?

Essa é a típica pergunta sádica, pois é evidente que não pode estar bem terminar um relacionamento de 1 ano e meio (Tá legal, vou descontar o mês que ficamos separados) e ficar tudo bem. Tá tudo confuso. Parece que to andando de montanha russa de porre de champanhe.

A Segunda: Mas é sério? ou Não brinca, sério?

Isso é lá coisa que se brinque o rapaz! Te juro que sabia que não seria fácil o relacionamento, vários obstáculos surgiriam, mas jamais imaginei que eles seriam postos de dentro pra fora e que seriam intransponíveis, ou quase vivos. Que reagiriam as minhas tentativas de vencer. Então não brinco com esse assunto, não tem graça, dói.

A Terceira: Você a ama ainda? ou Você ainda pensa nela?
A reposta só pode ser uma. Sim. Se alguém fala depois do tempo e das coisas que um casal vive junto em um ano e meio, (tá, tá) um ano e cinco meses, que num estalo as coisas mudam só pode ser louco ou não ter amado o outro durante o tempo que ficaram juntos.

A Quarta (lembrei agora, corrigindo): E de quem foi a culpa ? ou Mas foi você ou ela que terminou?

Parece jogo né? Quem ganhou? Quem perdeu? Quem tava certo? E errado? Na minha avaliação, que não é a verdade, mas até agora não ouvi nenhum questionamento ao pensamento posto. Todos perdemos e não existem culpados. Fomos responsáveis cada um ao seu modo para que tudo acabasse. Claro que cada um, em mais ou menos dose. Da minha parte o que sinto é que por tentar evitar desgastes, esgarcei ainda mais o tecido da relação. Mas isso é assunto para um outro dia, se for.

To fazendo um retrospecto desta história para pesar tudo, sem querer achar culpados (acho a culpa um sentimento mesquinho), para poder olhar tudo e saber onde posso melhorar, pois sei que muitas ações de quem está conosco, é uma reação as nossas ações.

Bom, meus leitores. Se você não foram uns dos que me fizeram uma, duas ou todas as perguntas, vigiem seus pensares e deixem fechar a ferida. Mantenham-se atento ao companheiro e assumam suas fraquezas.

Descobertas

Vou cometer uma inconfidência...
Descobri um blog ótimo! Jóia!
Tá me dizendo um montão de coisas legais
Me respondendo a perguntas que eu nem as fiz

Mas devo dizer,
Que serei exclusivista e não contarei qual é
Afinal de contas
todos nós precisamos de alguma forma termos
e mantermos segredos, mesmo que sejam banais...
Me perdoem por favor (digo isso para os vinte e poucos leitores do meu blog)

Apesar de não dizer a fonte
Fiquei muito feliz, em achar o blog
É uma forma de exercitar o pensar
Expulsar inquietações
E tentar visualizar a distância o que se passa na vida
E lendo sempre entendi mais do mundo

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Há muita estrada pela frente...

Repassei ponto a ponto
Mas do que as palavras
em meu pensar
Me ative aos gestos e ações
As entregas

Meu medo
De que tivesse me doado pouco
Desapareceu
Fiz tudo
Tudo o que podia
O que estava ao meu alcance e visão

Pago e com troco
Sobrou
Não foi por falta de cuidado meu
Não foi descaso
Agora sei disso

Consigo saber que fui
muito mais do que pensavam
e esperavam

É época de pé pro alto
descansar o corpo e a alma
Para uma outra caminhada

A vida não me espera
Vou ter com ela já, já
E concretizar a idéia de que
A depois de cada curva, subida ou descida
tem uma paisagem nova para ser apreciada

Não preciso de um epitáfio
Arrivedeche,
See you Later,
Ka chi fo,
Hasta Luego,
Au revoir,
Kumbaya.

domingo, 13 de setembro de 2009

Até quem sabe

É impressionante como quando temos algo que nos inquieta, os livros, crônicas, frases, músicas, filmes, falam conosco. Vejo isso como um mecanismo de defesa do ser humano, para tentar dar uma explicação aquilo que ele não consegue racionalizar muitas vezes. As coisas do coração. Assim buscamos um caminho para entender o que se passa ou sustentar um caminho escolhido.

Nara Leão era uma mulher ímpar num tempo onde as mulheres eram para ser pares estéreis. Sua absurda concentração de sentimentos e sensibilidade era tamanha que tornava-a tímida, mas ainda é um farol a iluminar as sombras.

Até Quem Sabe
Nara Leão

Até um dia, até talvez
Até quem sabe
Até você sem fantasia
Sem mais saudade

Agora a gente
Tão de repente
Nem mais se entende
Nem mais pretende

Seguir fingindo
Seguir seguindo
Agora vou pra onde for
Sem mais você

Sem me querer
Sem mesmo ser
Sem me entender
Vou me esquecer

Vou me perder
Pela cidade
Até um dia, até talvez
Até quem sabe

Vida que segue

Sabia que seria assim
Me preparei
mas nada valeu
Minha fortaleza se desfez

Um aperto no peito
A boca seca
Pulso acelerado
Gritei sem emitir nenhum som

Não sei se o caminho que tomei será o melhor
Criei com a minha raiva um cão de guarda
Para imobilizar meu amor por você

Não posso dar espaço
As agressões, as ofensas
Mesmo que o amor seja maior
Mesmo que ele seja tudo

Vou caminhando rumo ao inferno
Sem culpar a ninguém
Mas escolhendo a guerra
para separar a razão e coração

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Confusão

Tenho tantas perguntas dentro de mim
Que as vezes me acho pequeno para tanta inquietude
Quisera eu ter a sabedoria que alguns me atribuem,
para saber se as decisões tomadas foram as corretas

Tenho dúvida até no tempo verbal
Será foram ou serão?
Isso porque o resultado o impacto delas na minha vida só saberei no futuro
Futuro que jamais dei atenção
Pra quê? Estou aqui agora e lá já não sei.

Só sei que alterno
Saudade e raiva
Desejo e desprezo
Amor e vingança

Pode parecer, e até é, confuso
Mas é assim mesmo, pois sou cheio de humanidade
Onde o desconhecido habita em nós
Mas além das perguntas que trago dentro de mim
Trago também a vontade de me descobrir

Grito de Alerta

"Primeiro você me azucrina
Me entorta a cabeça
Me bota na boca
Um gosto amargo de fel...

Depois
Vem chorando desculpas
Assim meio pedindo
Querendo ganhar
Um bocado de mel...

Não vê que então eu me rasgo
Engasgo, engulo
Reflito e estendo a mão
E assim nossa vida
É um rio secando
As pedras cortando
E eu vou perguntando:
Até quando?...

São tantas coisinhas miúdas
Roendo, comendo
Arrasando aos poucos
Com o nosso ideal
São frases perdidas num mundo
De gritos e gestos
Num jogo de culpa
Que faz tanto mal...

Não quero a razão
Pois eu sei
O quanto estou errado
E o quanto já fiz destruir
Só sinto no ar o momento
Em que o copo está cheio
E que já não dá mais
Prá engolir...

Veja bem!
Nosso caso
É uma porta entreaberta
E eu busquei
A palavra mais certa
Vê se entende
O meu grito de alerta

Veja bem!
É o amor agitando o meu coração
Há um lado carente
Dizendo que sim
E essa vida dá gente
Gritando que não...(2x)

Gonzaguinha "

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Uma história sem final feliz, como muitas outras

Aconteceu assim...

Foi no início que entreguei minha alma e meu coração
No primeiro beijo, um feitiço.
Um esbarrão do acaso fez algazarra na minha vida.
Como um acidente de trânsito, bagunçou a ordem do meu caos.

Nos encontramos no lugar mais improvável
Da forma mais improvável.
Sim eu já havia a visto, uma semana antes
E ao revê-la não apostaria
que voltaria a sentir o que havia esquecido em alguma gaveta do tempo

E sem eu pedir nada
ela me disse que estava comigo.
Que era eu e ela.
Mais ninguém.
Isso ainda reverbera dentro de mim,
me assombra, me acusa, me reduz

E sem esperar muito fui me dando
E recebendo muito mais.
Aos poucos fui descobrindo
Quanta beleza ela tinha dentro de si
Que mesmo jovem, descobrindo a vida
Já vivenciara muitas coisas
e me escolhera para descobrir as outras porvir
Ah! Um presente sem dúvida.

Essa vitalidade me mostrou que era importante seguir,
Recuperar, reparar e se preparar para ir adiante
Foi esse amor que me dizia que o tempo não tinha se perdido,
Eele só tinha parado

Meus poros se combinavam com os dela numa estranha geometria mágica
Nossos suores e gozos tinham a unidade alquimista
Passavamos horas e dias dentro de nossa fusão de corpos
Trocando energia, idéias e sentimentos
E nessa tempestade de desejo e exaustão
Nossa vida acontecia

Com um novo rumo para os dois,
sim para os dois
Afinal penso que a modifiquei de alguma forma também
Posso falar com serenidade
Tivemos vitórias
Sozinhos e juntos
Mas à sombra, espreitava o mal.
O mal que habita em nós
Nossas fraquezas que nos apequenam
Bastou elas se apresentarem
Para de alguma forma mudarmos

Todas as coisas que vivemos
Coisas até demais, que não estavam resolvidas
Que não foram deglutidas de laços antigos
Que não foram discutidas agora
E confrontamos nossos demônios
Mas nem sempre saíamos vencedores
As vezes feridos

Chagas que não cicatrizaram como o fígado lacerado
que tem que ao mesmo tempo se regenerar
e combater todas as ameaças ao organismo
Vida que segue, mas o corpo padece.

Surgiram os atritos, as discordâncias
O que nos fez doarmos um ao outro no início
Nossa individualidade depois nos cobrou
Reclamações sem porquês
Insatisfação, mesmo com a doação plena
Para ela sempre havia algo errado,
Havia a pressa

Mas tudo isso foi deixado de lado
Os momentos que estávamos juntos,
nos fazia esquecer de tudo
Com avidez seguíamos nos consumindo um ao outro
Com tesão, paixão, naquele momento no agora.
O futuro viria depois

No meu medo
Tinha que viver o presente
Para que arriscar?
Planejar algo que não sabia se existiria para nós
Ainda tinha coisas minhas a resolver,
Recuperar
Estar pronto para ela

Enquanto isso
O ciúme fazia gracejos e galanteios em seus ouvidos
E como canto da sereia, fazia-se encantar.
Em mim o distanciamento e o medo do compromisso, me fizeram estéril a nós.
De uma hora para a outra, os impulsos mudaram e com isso nosso ritmo e rumo
Me acorvadei
E quis partir

Fiquei só
E só me vi dela
Vi que sem ela não era possível
Me fiz forte e fragilmente pedi perdão
Obtive mais que isso,
Ganhei tudo
Retomamos o caminho
De certo ele teria obstáculos
E eles apareceram

Só quando nos entrelaçávamos
selvagemente na cama,
o calor e brilho do nosso amor,
matavam as sombras e éramos mais uma vez nós mesmos
Mas o ciúme se apresentou de diversas formas
Em tudo que me cercava
Em todos os lados
Me refugiei no meu medo
E ela na fúria

E chegamos ao fim
Numa forma inimaginável
E agora a fúria está em mim também
E preciso dela
Pois como Pedro negou a Jesus,
Nego meu amor, nosso amor
Tenho que de alguma forma matar ela dentro de mim
Com o passar me engano e me recupero
lambo minhas feridas.
Elas estão abertas,
foram profundas.
Fui ferido no espírito
Mas sei que feri também

Não existem inocentes
Não existe final feliz
Existe só o final
Não penso como será de agora em diante
Só penso em ir
Anestesiado
Sigo
Vago
Vazio

sábado, 5 de setembro de 2009

Se cada dia cai

"Se cada dia cai,
dentro de cada noite,
há um poço
onde a claridade está presa.

há que sentar-se
na beira do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência.

Pablo Neruda "