Ele amordaçou seu coração,
para que parasse de sussurrar.
O nome dela como um mantra,
na sua corrente sanguínea.
Pôs numa prensa e apertou bem.
No afã da destruição,
jogou tudo num triturador,
guardou em um liquidificador e
mergulhou na máquina de lavar.
Ainda assim, o coração continuava grande,
cheio do amor que sentia.
E numa resolução louca e mambembe,
foi ao primeiro ferro velho.
Pediu ao dono clemência
e pena da sua alma.
No negócio,
propos a prensa.
Mas alertou,
que poderia ser definitivo.
O trato foi feito com resolução.
O desintegrador foi usado por uma, duas, três vezes.
Dali, uma siderúrgica pareceu a escala óbvia.
Jogar em suas caldeiras o que sobrara.
Seus fornos, a milhares de graus,
tornaram líquido o que já fora sólido.
E de lá saiu com um pedaço de metal nas mãos.
Seguindo a orientação de Lavoisier,
em que nada se perde.
Se encaminhou a um ourives.
Que recebeu o metal e um pedido para transformá-lo.
Recebeu do velho artista uma letra D
e a orientação de que seria como uma guia.
Que sempre que precisasse decidir algo,
a segurasse e pensasse no problema,
que a resposta viria.
Pôs o pingente num cordão,
e seguiu com ele.
Quem diria,
que da origem de tudo que ele
quis renegar,
sufocar e matar.
Agora esse homem
carrega pendurado no peito,
próximo ao lugar vazio
de onde havia retirado tudo
com a mais absoluta certeza,
seu próprio coração.
Um homem chamado Eu.
5 anos?!?
Há 7 anos