sábado, 19 de setembro de 2009

Se tudo fosse fácil

Se já me deixaste
Não se dirijas a mim
Não me olhe
Não pense nem raiva, muito menos com amor
Desfaça até mesmo o desprezo

Pois se mantens, vibra em mim
Adote ante a mim o modo camuflado
Caminhe por entre todos
Mas me faça cego ao teu lado

Não zombes das minhas dúvidas
Minhas fraquezas
Minha inconstância
Só tu podes ter essa medida
Inglória, perante um eu em definitivo covarde

Antes fosse animalesco
E com um golpe só,
ceifasse de mim tuas marcas
Mas meu coração é brinquedo
Um ioiô nas mãos do destino
Que gargalha sobre a minha angústia

Só quero paz
Mas escrevo e preciso
Meu pranto em preto e branco
Não tem destinatário
Ele só quer errar pela vida

Vai... tua vida já está resolvida
A minha ainda não
vou ler, caminhar, ouvir, pensar
Para tentar achar-me

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