sábado, 20 de junho de 2009

Uma Carta Extraviada

Recebi notícias suas...
Me chegaram como ruído, não um sussuro gostoso.
Inflaram as artérias, aceleraram o pulso.
Me deram ganas de um atropelo.

Era o trivial: "Vi no baixo..." - me contou o arauto.
Meu anjo da guarda, anda trabalhando bem, me manteve em casa.
Gastei mais um favor com o querubim, mas ultimamente nem tenho usado muito ele.
Que faça ao menos sua obrigação, zelar preguiçosamente por mim.

Quando a nostalgia me abandona, e não demora muito.
Vejo isso com casuísmo.
Penso que é só uma carta extraviada.
Aquela que voce está esperando,
e que ao chegar em casa encontra perto da porta,
mas que ao olhar o destinatário, descobre que não é voce, está errado.

Aí, basta marcar no verso, não mora aqui e devolver ao correio,
esperando que chegue ao destino correto.
Mas sem querer saber se realmente chegou ou chegará.
O mais importante já foi feito, ela não é sua, que siga sua viagem pelo mundo.

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