sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ciúme

Para descrever o que é o ciúme,
tentaria contanto uma pequena estória.
Mais ou menos, assim...

"Como um musgo em silêncio abraça a maior das pedras.
Ele cresceu lentamente.
Manhã,
tarde,
noite,
Dia, após dia.
Se aproveitando da minha distração e descuido.
Talvez até mesmo da minha displicência.

A rocha antes firme e sólida,
a quem mesmo a mais forte tempestade, jamais abalaria
Começou a sentir os efeitos da água, a medida que o líquem avançava
E como a praga verde não encontrou resistência,
revestiu a rocha e a deixou sem equilíbrio,
Pois a sua natureza estava modificada.

Bastava um chuvisco, uma garoa.
Para que aquele castelo pétreo se mostrasse frágil.
Numa chuva mais forte a grande pedra rolou, mas foram poucos metros.
Poderia ser a salvação, pois pedras que rolam não criam limo.

Ledo engano,
neste caso foi a sentença fatal.
O musgo tomou conta da única parte que não conseguia abraçar,
e na primeira chuva, o desmoronamento ocorreu.
Rumo a borda do precipício e de lá ao fim."

Quando te conheci, me perdi.
E nessa perdição, me achei.
Me fiz de surdo aos teus sinais mudos, de algo dentro de ti era mais forte.
Maior que sua fortaleza em enfrentar o mundo, a todos.
O ciume corroeu tudo, como ferrugem ao ferro com o tempo.
Na ordem do dia, não deveria haver mais nada, só você.

Tudo e todos eram seus inimigos,
nada a que me dedicasse que não fosse você ou por você valia
Meu trabalho, amigos, cachorro, casa
Nada era bom, só haviam defeitos.

Agora vejo isso claramente,
a distância.
Da beira do precipício, pois eu não caí.
Estou aqui de pé, olhando, vivo.
O amor que um dia foi rocha, se desfez, virou areia
Que o vento do tempo vai espalhar e levar pra longe

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